aspectos clínicos:

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Perspectiva Geral

A sigla CID é utilizada para referenciar a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde. Seu papel é o de fornecer códigos para classificar doenças, além dos sinais, sintomas, aspectos anormais, circunstâncias sociais e ambientais que podem estar relacionadas a elas.

Como funciona a CID

Essencialmente, o objetivo da CID é padronizara codificação de doenças para diagnósticos mais assertivos. Para que isso ocorra na prática,cada estado de saúde é atribuído a uma categoria única, que possui um código com até seis caracteres.

Assim, as categorias podem englobar um conjunto de doenças semelhantes entre si.Doenças infeciosas e parasitárias, neoplasias, transtornos mentais e comportamentais, doenças do sistema nervoso, doenças do aparelho circulatório, doenças do aparelho digestivo e doenças do sangue são apenas alguns exemplos das que compõem o catálogo.

Atualmente, a tabela da CID contém 22 capítulos. Eles são divididos em 275 grupos, com 2.045 categorias e 12.451 subcategorias. As classificações têm serventia, inclusive, nos atestados médicos, justamente para apontar ao destinatário o exato estado de saúde e a enfermidade que acomete o paciente.

A publicação da OMS auxilia ainda naverificação de estatísticas de morbilidade e de mortalidade ao redor do globo, pois possibilita comparação de informações entre hospitais, regiões e até países, sem o risco de que ocorram constatações equivocadas. Desta forma, é um mecanismo facilitador da comunicação entre organizações e profissionais da saúde.

CID está em vigor desde 1992. Foto: iStock, Getty Images

Atualização das classificações

A CID passa por revisões periódicas e, atualmente, encontra-se em sua décima edição. Por isso, também costuma ser conhecida pelo nome de CID-10.  Ainda assim, diante do conhecimento de novas doenças, seus sintomas e ocorrências, a OMS publicaatualizações anuais (menores) e tri-anuais (maiores).

Para consultar a CID-10, basta acessar o site do Data SUS. Ali, é possível pesquisar e localizar doenças, seja pelo código ou através da própria descrição. Também é permitido navegar pelos diferentes níveis das tabelas e explorar o conteúdo fornecido pela OMS.

Diante do surto recorrente de doenças no Brasil, especialmente aquelas relacionadas a um vírus (zika, dengue e H1N1), conhecer o CID pode ser uma forma de ficar à frente daspatologias e entender, de fato, como elas se manifestam. Apesar de ser mais utilizado por profissionais da saúde, o manual é acessível a todos

Copiado de Doutíssima

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

CID 11

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS (CID-11) É DEBATIDA EM EVENTO NA UNIFESP

Encontro para revisão do código reuniu pesquisadores nacionais e internacionais

São Paulo (DINO) 02/02/2016 
Docentes e pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) se reuniram no último dia 1º de fevereiro, no anfiteatro Leitão da Cunha, para uma discussão formal do CID-11 (Classificação Internacional de Doenças – décima primeira revisão). No Brasil, a instituição é a responsável pelos trabalhos de pesquisa e análise do código.

Na abertura dos trabalhos, o professor titular do Departamento de Psiquiatria da Unifesp e coordenador dos trabalhos no Brasil, Jair Mari, agradeceu a presença dos pesquisadores nacionais e internacionais presentes na discussão. “É um prazer enorme recebê-los para discutirmos o CID-11”. Mari também agradeceu o apoio da universidade e das agências de fomento, que viabilizaram a realização do encontro.

A reitora da Unifesp, Soraya Smaili, falou sobre o destaque internacional das diversas linhas de pesquisas da universidade nas áreas de Psiquiatria e Neurociências, que foram o foco das discussões do evento. “Este é um encontro de extrema importância para a Unifesp, pois reunimos vários de nossos pesquisadores, docentes e estudantes para discutir o CID-11”. Entre outros temas, Soraya falou também sobre os trabalhos desenvolvidos pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF), que está analisando as ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério de Perus e que também poderá colaborar, futuramente, com a identificação de pessoas desaparecidas.

Emília Sato, diretora da Escola Paulista de Medicina (EPM/ Unifesp), parabenizou os organizadores do encontro e ressaltou a importância de que mais puderam ter contato com o tema, uma vez que a reunião foi aberta ao público. Médica reumatologista, Emília disse ainda que muitas doenças podem interferir psicologicamente. “Sabemos que doenças como o Lupus afetam também o psicológico do indivíduo e essas desordens devem ser compreendidas”, disse ela.

Por fim, o coordenador dos estudos internacionais do CID-11 e membro do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, Geoffrey Reed, falou sobre as experiências das discussões acerca do CID-11 em outros países como México e China e ressaltou a importância de discutir o tema no Brasil. “Agradeço ao professor Jair Mari pela oportunidade de mais uma vez podermos discutir a classificação das doenças”, finalizou.

O encontro contou ainda com mesas de discussões sobre desordens mentais relacionadas a transtornos alimentares, autismo e condições relacionadas à saúde sexual, entre outros temas.

A primeira edição do CID foi aprovada em 1893 e, desde então, vem sendo periodicamente revisada. A última, a décima revisão (CID-10), foi aprovada em 1989. Desde então, foram estabelecidos mecanismos para atualizar a CID-10, o que não ocorria antes. A publicação do CID-11 está prevista para 2017.

http://www.unifesp.br/noticias-anteriores/item/2012-classificacao-internacional-de-doencas-cid-11-e-debatida-em-evento-na-unifesp